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Entrevista ao Dr. António Lacerda – Diretor Executivo da Agência Regional de Promoção Turística do Turismo do Alentejo

5 Julho, 2018Raquel Pinto

Um dos objetos de intervenção deste espaço é refletir sobre a evolução e o desenvolvimento do turismo, evolução essa que é necessariamente impulsionada através da interação entre os setores público e privado que trabalham e promovem as diversas regiões. A região do Alentejo, através da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA) tem feito um trabalho importante na promoção turística do Alentejo nos mercados exteriores.
Fomos falar com o Dr. António Lacerda, Diretor Executivo da ARPTA e tentar perceber qual a evolução recente do trabalho realizado pela entidade e quais os desafios e oportunidades que se colocam proximamente a nível institucional e particular.

KonzepTours: Boa tarde Dr. António Lacerda. Antes de mais gostaríamos de agradecer-lhe ter aceitado o convite para esta entrevista. A KonzepTours está a lançar neste momento o seu blog, uma nova ferramenta de comunicação que a nosso ver está a voltar e a tornar-se novamente uma tendência na comunicação das empresas. Consideramos que os blogs são canais de comunicação muito mais diretos e interativos com o público-alvo. No seguimento do lançamento do blog, gostaríamos de ter a sua perceção sobre a comunicação das empresas associadas da ARPTA. Sente que tem havido uma evolução na comunicação, de uma forma mais tradicional, para uma forma mais digital e interativa?

 Dr. António Lacerda:  Seguramente sim, devendo, contudo, sublinhar que essa mudança se tem processado de forma gradual, tendo-se iniciado pelo reconhecimento da importância em comunicar em idiomas que facilitem a aproximação a cada mercado, evoluindo depois para a qualificação dos conteúdos sejam em termos de imagem, seja de textos, que passaram por incorporar uma dimensão de storytelling, tendo naturalmente evoluído para o mundo digital enquanto suporte que permite uma disseminação mais abrangente da informação.

KonzepTours: O Turista Nacional ainda tem uma quota da procura de cerca de 2/3 no turismo do Alentejo. Que trabalho é que a ARPTA tem feito para promover a região junto de operadores turísticos estrangeiros e junto diretamente dos turistas?

Dr. António Lacerda: Esta é uma pergunta que obriga a uma resposta necessariamente extensa, pois a nossa intervenção é tão multifacetada, sem que nunca se perca o foco do nosso trabalho, utilizando múltiplos canais, sendo que a definição de cada um resulta da especificidade de cada mercado e, dentro deste, das motivações dos potenciais turistas e da capacidade que o Alentejo possua para satisfazer tais motivações.

Julgo que a consulta à “Memória Anual” partilhada com os associados no final de cada ano e que podem recuperar aqui (https://www.visitalentejo.pt/pt/quem-somos/arpta/planos-de-actividades-e-relatorios-de-gerencia/) será esclarecedora relativamente ao que temos feito nos domínios agora em equação.

Como terão oportunidade de constatar a partir da leitura de tais documentos, o trabalho dentro dessas duas dimensões, que designaria por B2B e B2C, é sempre ponderado de acordo com as motivações mais fortes dos potenciais clientes e com os seus hábitos de compra, ora considerando o circuito B2B se estivermos perante produtos que se comercializam melhor de uma forma intermediada e organizada, ou B2C se a compra se estabelece diretamente entre o consumidor final e alguns dos nossos associados.

KonzepTours: Existe uma preocupação em aumentar o esforço promocional em mercados fora da Europa? De que forma é que, por exemplo, o mercado Chinês poderá ser a curto-médio prazo um mercado importante para o Turismo no Alentejo?

Dr. António Lacerda: Sem dúvida que existe e não só para a China, mas também e sobretudo para Brasil e USA, tanto mais que estes mercados se têm revelado verdadeiramente surpreendentes, como o confirmam as taxas de crescimento de, respetivamente, 14,4% e 13,6% que apresentam este ano.

E no que diz respeito à China melhor será falar não em cenários de curto e médio prazo, mas em cenários de “imediato”, pois o crescimento da procura de lá oriunda está a verificar-se todos os meses, tendo passado de uma situação inexpressiva no ranking dos mais importantes mercados para o Alentejo para o nosso Top 10.

A Agência de Promoção do Alentejo não pode estar indiferente a estas dinâmicas e o investimento que vimos efetuando em cada um dos três mercados antes referidos tem vindo a crescer e a diversificar-se.

KonzepTours: A sazonalidade no Alentejo, como na maioria das regiões do país, ainda é uma realidade preocupante, principalmente nos meses de inverno. Que tipos de produtos surgem como alternativas aos programas de verão? Entende que os países do Centro e Norte da Europa podem ter um importante valor na procura do Alentejo nestas alturas do ano?

Dr. António Lacerda:  A questão da sazonalidade no Alentejo é assunto a merecer ponderação muito atenta, pois ela não tem uma expressão igual em todo o território.

Se atentarmos no que se passa ao nível das Unidades Estatísticas de nível III, facilmente constataremos que na NUT III Alentejo Central, onde se localiza quase um terço da oferta do Alentejo, a atividade dos empreendimentos turísticos estende-se por uma época muito larga, registando-se uma quebra de procura que se concentra no período de dezembro a janeiro, enquanto noutras NUT, como o Alentejo Litoral ou o Alto Alentejo são mais vitimadas pela sazonalidade associada a produtos de “verão”, mas apresentando simultaneamente crescimento de procura e diminuição da sazonalidade quanto analisados determinados produtos, como o walking e cycling.

Ou seja, um Alentejo que se afirma na complementaridade entre múltiplos produtos, compatibilizando a gastronomia e vinhos, com o património e a cultura, com o os produtos de outdoor, com a natureza e a paisagem, seja urbana ou rural, fica muito melhor posicionado para ir ao encontro da motivação de mais e mais clientes.

Quanto à ponderação da importância dos mercados do norte e centro da Europa julgo ser importante ter claro que:

  1. a) É necessário conhecer bem as motivações e disponibilidade dos públicos-alvo, pois de nada valerá pensar em propostas dirigidas, por exemplo, a famílias se estas estão sujeitas a um calendário escolar que as impede de viajar em determinados meses do Inverno;

  2. b) É preciso compreender que cada vez mais estamos perante uma oferta que se processa à escala mundial, com acessibilidades cada vez mais facilitadas, pelo que a satisfação das motivações é cada vez mais viável nem que para isso se escolha um destino que está no outro lado do mundo;

  3. c) Importa por isso saber comunicar o que o nosso destino tem de diferente e único, bem como de que forma esses ativos diferenciadores e qualificadores poderão melhor satisfazer a motivação do potencial turista face a todas as outras propostas com as quais é confrontado;

  4. d) Ter serviços preparados para garantir o nível de resposta que o cliente espera (de que serve promovermos um destino como tendo Invernos amenos, quando em muitos empreendimentos momentos há em que a temperatura dentro das instalações é mais baixa e desconfortável do que a da rua…).

 

KonzepTours: Um dos segmentos que é considerado como uma oportunidade para o Turismo no Alentejo é o turismo sénior, um turismo com algumas especificidades, nomeadamente nas questões da mobilidade. Que passos tem dado o Turismo do Alentejo para promover o Turismo Sénior e o Turismo Acessível e se o futuro passa também por trabalhar com operadores com este tipo de preocupações?

 Dr. António Lacerda: Ora aqui está uma expressão que não gostamos nada de usar por se encontrar cada vez mais desajustada da realidade. O que é o “Turismo Sénior”? O que é um “Sénior”? Um turista com mais de 80 anos e que vem fazer uma semana na Rota Vicentina, caminhando diariamente mais de 20 km é um “sénior”?

Julgo importante clarificar muito melhor estes conceitos e procurar não criar estereótipos e saber olhar para cada público de acordo com as suas caraterísticas principais.

É por todos reconhecido que a vida ativa dura cada vez mais e que os indivíduos possuem uma qualidade de vida e uma mobilidade que se estende cada vez mais para idades mais avançadas. Ao somar dos anos juntam o requinte e o gosto mais apurado, o apreciar em profundidade cada momento, o sentir mais e melhor, o experimentar o novo e o desconhecido, o concretizar de vontades. Talvez esta seja uma definição possível para “Sénior”…

Sénior ou não, mas sendo públicos que primam pela disponibilidade de tempo e de recursos, são necessariamente alvos que temos em conta na nossa comunicação, na estruturação e publicitação da nossa oferta.

KonzepTours: O Alentejo tem artes distinguidas como Património Cultural Imaterial da Humanidade (Bonecos de Estremoz, Chocalhos, Cante Alentejano ou Falcoaria), algumas destas, infelizmente, na lista da UNESCO como necessitando de salvaguarda urgente. Não acha que o Turismo deveria ter um papel muito mais presente, criando oportunidades, promovendo e desenvolvendo estas atividades, ajudando a preservá-las?

 Dr. António Lacerda: Talvez seja importante fazer notar ter sido o Turismo a conseguir essas classificações, sublinhando que o que nos moveu foi de facto impedir o desaparecimento de culturas e identidades que estavam em perigo e que são ativos diferenciadores que colaboram no nosso trabalho de afirmar um destino que, como já o referi, é único.

Felizmente que esta chamada de atenção que é a classificação tem servido para trazer outros agentes a interessarem-se por estes ativos, sendo muito expressivo o processo de reafirmação do Cante, com mais grupos e mais iniciativas, assim como o da Arte Chocalheira os do Barro Figurativo de Estremoz, com o aumento de artesão e a maior procura por parte dos compradores, sendo já seguro afirmar que essas produções artesanais passaram de uma situação de quase colapso por não serem economicamente viáveis, para um incremento da procura que sustenta o aumento da produção em quantidade e em valor.

Autor: Pedro Rafael

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Tradução cofinanciada por:

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